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Esporte da Malha

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ASPCEMG - (Associação dos Servidores da Polícia Civíl do Estado de Minas Gerais)

07-08-2015 20:47

CAMPEONATO DE MALHA DA POLÍCIA CIVIL NA DÉCADA DE 50.

 

Desde a Década de 50 até 2000, os integrantes da Polícia Civil sempre praticaram esportes dos mais variados, desde futebol de campo, salão, peteca, luta livre, jiu-jítsu, até corridas de vários tipos, mas o considerado da elite era o jogo de malha, apreciado em sua época até pelos grandes chefes. Havia pouco tempo que os detentos da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira tinham sido transferidos para uma casa de detenção, na região de Ribeirão das Neves. Era um complexo de encher os olhos. Ali funcionava a Divisão de Emplacamentos, a Especializada de Furtos de Veículos, um moderno auditório, o Setor de Pessoal, a nossa igreja, o armazém da Guarda Civil e Fiscais de Trânsito, e uma bem montada casa usada pelo então secretário da Segurança, Odelmo Teixeira Costa, e o depósito de bens apreendidos, que ficava cheio de joias e tinha um homem só para tomar conta, o saudoso inspetor “Pachecão”, um dos mais honestos que a Polícia já teve em seus quadros. Lembro-me ainda que os jornalistas especializados na cobertura policial, Fialho Pacheco, Kid Moreira, Glória Lopes, Cristóvão de Oliveira e Leopoldo José, sempre brincavam com ele quando iam fazer cobertura na Furtos de Veículos.

“Como é que é velho está com os bolsos cheios de joias, vamos rachar isto aí”. Ele ria "a beça". Por ser um local privilegiado e com boas instalações, no quarteirão da rua Uberaba e Gonçalves Dias, onde era o presídio, já com um bem montado campo de futebol com dimensões profissionais, até com arquibancadas e uma bem cuidada quadra de malhas. A partir daí os campeonatos regionais de malha passaram a ser exibidos naquele local e começaram a surgir novos campeões. Todo o quadrilátero nos quarteirões do 12º RI, fundos dos apartamentos do exército e fundos para o Colégio Santa Maria foram cedidos para a Polícia Civil. Era ali que se encontravam as verdadeiras “feras”. Os subinspetores Teófilo e Francisco Apolinário (este último, atualmente é sitiante no Vale do Rio Doce, distrito de Resplendor e continua disputando campeonato estadual até nos dias de hoje). Eles eram os responsáveis pela quadra de malha que funcionou 30 anos. E José de Sousa Lacerda já era presidente da Associação na época e cobrava muito dos organizadores e dos próprios atletas para se superarem nas suas apresentações.

Os jogos de malha eram uma verdadeira cerimônia. Os atletas titulares se vestiam de branco, só com cintos pretos, os reservas trajavam roupa escura. Um belo dia, atendendo ao convite dos organizadores do torneio, o chefe de Polícia Luiz Soares da Rocha, “El Bigodon”, apelido carinhoso dado pelos seus auxiliares, compareceu na quadra e deu início a um jogo de campeonato em que venceram os da casa. Luiz Soares dava muito apoio ao esporte e sempre prestigiou os lutadores de luta livre Atraízo, Expedito “Índio”, Dario; os do jiu-jítsu Hitler Fouad Cury e seu filho “Peposo” que se sagraram grandes campeões; e ainda os jogadores de futebol Pireco, Nilson Aladia da Cunha, “Zé Gaia”, Julinho, Tonho, entre tantos que representaram e bem a nossa Polícia Civil. Nos seus 27 anos de existência os atletas titulares e reservas da malha participaram de campeonatos regionais e estaduais, e sempre eram convidados a se exibirem em várias partes do Brasil. Seus adversários eram Atlético, Nova Vista, Comercial do Barreiro, Usipa, Ipatinga, Timóteo, Governador Valadares, Pastoril, Inhapim, Tupi de Juiz de Fora, Piraúba, Guarani, Rio Pomba, Ubá e Tocantins. Estas eram também as cidades mais visitadas pelos competidores.

Entre os atletas do jogo de malha que mais se destacaram estavam Teófilo, Reinaldo, Apolinário, Devair, Paulão, Willian Juvenal, Robson, Marcos, Manoel, Marinho, Joãozinho Metropol (que hoje joga no Comercial do Barreiro), Lu e Pireco, também no mesmo clube. Êta tempo bom! KM