O Esporte que faz amigos

Esporte da Malha

São Paulo/SP - Brasil
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PROJETO DE JEFFERSON TADEU DE SOUZA (Projeto Malha)

27-07-2014 20:39

15 DE SETEMBRO DE 2005

 
 

 

 

 

 

APRESENTAÇÃO 

                                                              Professor e/ou Atleta

O Professor Jefferson Tadeu de Souza, titular como PEB-II - Professor de Educação Básica de Matemática na Rede Estadual do Estado de São Paulo e Atleta Amador (de Malha) pela Prefeitura de São Caetano do Sul.

ÍNDICE
                                                                                                                                                                

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 1

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3

BREVE  HISTÓRICO  PESSOAL  ATRAVÉS  DO  ESPORTE .................................................. 3

OBJETIVOS ........................................................................................................................................ 5

JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................ 6

FUNDAMENTOS LEGAIS ............................................................................................................... 6

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ..............................................  6

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................................................................... 7

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO (1989).............................................................. 7

PÚBLICO ALVO ................................................................................................................................ 8

A ORIGEM DO ESPORTE ............................................................................................................... 8

RECURSOS ......................................................................................................................................... 9

ENCAMINHAMENTO ...................................................................................................................... 9

ATIVIDADES ...................................................................................................................................... 9

ESTRATÉGIAS ................................................................................................................................. 10

INDICADORES ................................................................................................................................. 10

AVALIAÇÃO ..................................................................................................................................... 11

OBSERVAÇÕES ...............................................................................................................................12    

INTRODUÇÃO 

 Sou professor titular de Matemática na rede pública estadual de São Paulo, sediado na Escola Estadual Dep. Geraldino dos Santos, Jardim Santo André em São Mateus, bairro próximo de onde nasci e passei toda minha infância.

 Tenho observado, ao longo desses cinco anos e meio em que leciono, que estamos frente a uma nova realidade, um momento de mudanças e transformações para as escolas públicas estaduais.

Uma nova lei de diretrizes e bases da educação impõe a busca de  novos caminhos para a educação.        E nós, educadores, estamos sendo chamados a contribuir para a construção de uma escola pública mais condizente com uma sociedade que se pretende democrática e moderna.

Tendo ciência  da influência que exercemos sobre nossos alunos (FUTUROS CIDADÃOS) que nos têm como um ‘espelho’, um exemplo a ser seguido e um amigo com quem possam contar, me senti na obrigação de escrever esse projeto, pois conheço a realidade da comunidade e as dificuldades de acesso às atividades culturais, esportivas e de lazer.

Cabe a nós, educadores, colaborarmos  para a formação de cidadãos críticos e conscientes, aptos a atingirem a maturidade intelectual e emocional, não apenas em relação ao sucesso profissional, mas à felicidade plena em todos os aspectos de suas vidas.

 Sei que esse projeto não é solução dos problemas sociais que nossos alunos enfrentam, mas é a minha contribuição pessoal como educador e atleta, pois me sinto mais do que vencedor, por conviver em uma sociedade tão cruel quanto a que nossos alunos convivem e realizar um sonho de fazer um curso de nível superior e me tornar professor conquistando tudo através do esporte amador.

                   BREVE  HISTÓRICO  PESSOAL  ATRAVÉS  DO  ESPORTE

                       Sou atleta amador de uma modalidade esportiva pouco popular, o esporte da Malha.   Apesar do jogo de Malha não ter a divulgação que merece, conquistei títulos, amigos e a minha profissão.

                       Tentarei descrever como tudo aconteceu.

Nasci e fui criado no Jardim Nove de Julho, em São Mateus, onde há um clube (de Malha) com o mesmo nome do bairro, do qual meu avô foi presidente e onde dei meus primeiros passos.  Registrei-me  na Federação Paulista de Malha foi em 1985, quando tinha apenas oito anos.

Em 1991, fui convocado para a Seleção Paulista (juvenil).

Em 1992, com apenas 16 anos, tornei-me campeão brasileiro pela Seleção Paulista (categoria adulto) e ainda fui considerado o atleta mais eficiente da competição.

Em 1994, depois de nove anos, mudei  para o C. M. Progresso Paulista e tornei-me campeão Metropolitano, Campeão Estadual, Campeão Brasileiro de Clubes e de Seleções  na cidade de Campo Grande - MS.      Este era o ano em que eu completava 18 anos e deveria fazer o meu alistamento militar.    Nesta ocasião prestei um concurso para soldado especializado na Aeronáutica (IV COMAR), pensava em seguir  a carreira militar.

Em 1995, após a aprovação no concurso da Aeronáutica, às vésperas do início do curso de formação para soldado, fui convidado a defender a cidade de Guarulhos nos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior e para isso receberia uma ajuda de custo de R$ 400,00,  aproximadamente seis vezes mais do que  receberia na Aeronáutica; não pensei duas vezes: desisti da carreira militar e continuei a fazer o que eu mais gostava.

Em 1996, recebi o convite para jogar por Santo André, além de uma ajuda de custo de R$ 600,00, tinha uma bolsa de estudos.   Fui campeão metropolitano, estadual dos Jogos Regionais e Bi-Campeão  dos Jogos Abertos do Interior e fiz um curso de Técnico em Contabilidade no SENAC (Tatuapé).

Em 1997, fui defender a cidade de São Caetano do Sul e novamente fui campeão Metropolitano, Estadual, Bi-Campeão dos Jogos Regionais e Tri-Campeão dos Jogos Abertos do Interior  e Campeão Brasileiro de Seleções pela Seleção Paulista no Estado do Rio de Janeiro.   Neste ano, dei início ao meu curso universitário (Matemática) em Mogi das Cruzes, na Universidade Braz Cubas.

Em 1998, todos os atletas que eram beneficiados, inclusive eu,  perderam a bolsa de estudos.   Na época, pelo que sei, algumas prefeituras não repassavam essa bolsa e desviavam a verba para outras áreas (diga-se, de passagem, não era o caso de São Caetano do Sul, que até entrou com recurso para continuar repassando as bolsas para os atletas, mas não foi possível).   Infelizmente, nós alunos, acabamos perdendo nessa história.

Mas com a ajuda de custo que eu recebia, continuei bancando os meus estudos até me formar em 1999.   Comecei a lecionar em 2000, até me efetivar em Dezembro de 2004.

Defendi São Caetano do Sul até o início do ano de 2003, quando fui para São Bernardo do Campo.

O ano de 2005 está sendo muito especial para mim: acabei de me efetivar como Professor, voltei a defender a cidade de São Caetano do Sul e a  grata surpresa é que a equipe está mandando os seus jogos no campo do C. M. Jardim Nove de Julho, em São Mateus, onde comecei.

Além dos títulos conquistados e da minha profissão, o esporte me trouxe um equilíbrio emocional, a convivência familiar e social, companheirismo, disciplina, respeito pelos meus adversários e a oportunidade de conhecer pessoas, lugares e culturas diferentes.

OBJETIVOS

Este projeto tem como objetivo, a divulgação e a implantação do esporte da Malha em escolas públicas, também como uma opção de lazer e integração da comunidade nos eventos escolares.

O esporte, juntamente com os pais, são aliados diretos no combate às drogas.   É comum ouvir frases como: “Esporte não é droga.   Pratique Esporte.”

O esporte da Malha, além de ser um bom exercício físico e mental, pode ser praticado por homens e mulheres, meninos e meninas e não tem limite máximo e mínimo de idade, o que possibilita, por exemplo, que um avô jogue uma partida de Malha com seu neto, em condições de igualdade (algo raro em outras modalidades esportivas).

O grande propósito deste projeto é incluir a modalidade nos Jogos Escolares e, quem sabe, algumas cidades com o apoio de suas prefeituras criem escolinhas de Malha, para descobrir talentos e tornar o esporte mais competitivo, melhorando cada vez mais o nível técnico das equipes e levar o nome de suas cidades em algumas competições? 

                                                                 JUSTIFICATIVA 

O esporte de Malha pode ser praticado por meninos e meninas, o que é extremamente interessante para as aulas de Educação Física, pois daria oportunidade a todos os alunos de  desenvolverem suas potencialidades de forma democrática e não seletiva, visando o aprimoramento como ser humano.

O lazer e a disponibilidade de espaços públicos para a prática da cultura corporal de movimentos são necessidades essenciais ao homem contemporâneo e por isso, direitos do cidadão.

Além da competição, da busca pelo resultado, do aprimoramento técnico dos atletas, o esporte da Malha é conhecido  como uma forma de lazer e entretenimento, pois existem campos (ou canchas) de Malha em sítios, fazendas, chácaras, são adaptados em praias, ruas e praças.   E por que não nas escolas?

                                                                   FUNDAMENTOS LEGAIS

                          CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

CAPÍTULO III-    Da Educação, Da Cultura e do Desporto

SEÇÃO III –         Do Desporto.

Artigo 217-            É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observados:

I -   a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;

II-   a destinação de recursos públicos para a promoção  prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do de alto rendimento;

III- O tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional;

IV- A proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.

Parágrafo 3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

 

                                                          ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Lei nº 8.069, de 13 de Julho de 1990.

CAPÍTULO IV-      Do Direito  à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer.

Artigo 59-          Os municípios, com o apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

                                                    CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO (1989)

TÍTULO VII –        Da Ordem social

CAPÍTULO I –       Disposição Geral

Artigo 217 –     Ao Estado cumpre assegurar o bem-estar social, garantindo o pleno acesso aos bens e serviços essenciais ao desenvolvimento individual e coletivo.

                                         CAPÍTULO III

SEÇÃO III –    Dos Esportes e Lazer

Artigo 264 –     O Estado apoiará e incentivará as práticas esportivas formais e não formais, como direito de todos.

Artigo 265 –     O Poder Público apoiará e incentivará o lazer como forma de integração social.

Artigo 266 –     As ações do Poder Público e a destinação de recursos orçamentários para o setor darão prioridade:

          I –     ao esporte educacional , o esporte comunitário e, na forma da lei, ao esporte de alto rendimento;

II-     ao lazer popular;

III-    à construção e manutenção de espaços devidamente equipados para as práticas esportivas e o lazer;

          IV-    à promoção, estímulo e orientação à prática e difusão da Educação Física;

V-     à adequação dos locais já existentes e previsão de medidas necessárias quando da construção de novos espaços, tendo em vista a prática de esportes e atividades de lazer por parte dos portadores de deficiências, idosos e gestantes, de maneira integrada aos demais cidadãos.

Parágrafo Único- O Poder Público estimulará e apoiará as entidades e associações da comunidade dedicadas às práticas esportivas.

 

Artigo 267-       O Poder Público incrementará a prática esportiva às crianças, aos idosos e aos portadores de deficiências.

 

                                                PÚBLICO ALVO

O projeto tem interesse em atingir toda a comunidade, não apenas a escolar.

 

                                          A ORIGEM DO ESPORTE

Jogo de origem antiga, a Malha remonta à época em que começaram a ferrar os cavalos do exército romano.    Para ocupar as horas de lazer nos acampamentos, os soldados tiveram a idéia de aproveitar as ferraduras imprestáveis, atirando as peças contra estacas.    Não tardou a divulgar-se o gosto pelo divertimento, tanto mais que ele se constituía em um bom exercício físico.

Com o tempo, a prática  se difundiu por toda a Europa, sendo adotada pelos colonizadores ingleses.    Embora em muitos países ainda se conserve sua forma primitiva, isto é, ferraduras atiradas contra estacas, com o objetivo de cerca-las ou arremessa-las o mais perto possível do alvo, o jogo de Malha mudou e passou a ser organizado como atividade esportiva.

A Federação Paulista de Malha, a entidade mais antiga da modalidade no país, foi fundada em 10 de dezembro de 1933.   Portanto, estará completando, ao final deste ano, 72 anos de atividade.

                                                           RECURSOS

3      As regras para a prática do jogo de Malha.

3      4 malhas (mínimo).

           OBS.:  As malhas oficiais são de aço e um pouco pesadas (em torno de 800g aproximadamente) e de custo um pouco            elevado.

3      Essas malhas podem ser substituídas por malhas de madeira (fórmica), revestidas de borracha, que são utilizadas  em pisos de cimento (liso) e/ou granito.

3      2 pinos de madeira, um para cada lado do campo.

                                                        ENCAMINHAMENTO

Tempo de duração:  Durante todo o ano letivo.

                                                       ATIVIDADES

O esporte pode ser praticado individualmente, em duplas ou em equipe (quarteto), lembrando que cada equipe deverá ter o seu próprio jogo de malhas (4 malhas).

Podendo ser desenvolvido dentro da escola:

·         Competições entre os alunos,

·         Competições entre os alunos com a participação dos pais e familiares.

·         Torneio entre escolas (no Jardim Santo André, por exemplo, existem quatro escolas).

·         Até a inclusão da modalidade nos Jogos Escolares.

                                                 ESTRATÉGIAS

As regras para a prática do jogo de Malha deverão ser trabalhadas por um atleta desta modalidade com os professores e alunos, através de palestras  e recursos audiovisuais, nas escolas, diretorias de ensino ou na própria Federação Paulista de Malha, que tem a sua sede própria.

Poderá ser trabalhado nas aulas de Educação Física:

Algumas técnicas de arremesso, dentro das regras e estilo de cada aluno.

O jogo de Malha exige concentração e coordenação motora, características a serem trabalhadas, pois o atleta pode ser “provocado” (sem ofensas) pela torcida, para que perca a concentração, consequentemente, perderá o arremesso e não marcará pontos. 

                                                                           INDICADORES

O esporte da Malha pode ser adaptado fora da  quadra “poliesportiva” das escolas e ser praticado sem discriminação de sexo, idade e de preparo ou condicionamento físico (que é o que faz a diferença em muitos esportes).    Fora das quadras, nós vemos algumas modalidades como: xadrez, dama, tênis de mesa e por que não o esporte da Malha?

Através do esporte atingi meus objetivos pessoais e profissionais, agora desejo compartilhar essa experiência tornando a Malha um esporte popular entre alunos e a sociedade.

Essa prática esportiva tem tudo para se tornar uma “febre” entre os alunos, pois toda novidade prende a nossa atenção e um esporte tão sadio, inclusivo e prazeroso para quem o  pratica, merece um lugar dentro das práticas esportivas escolares.

                                                AVALIAÇÃO

A principal característica do projeto é a inclusão social, portanto, deverá privilegiar a possibilidade de lazer, a interação sociocultural e a promoção da saúde pessoal e coletiva.

O projeto busca ainda, inverter o quadro de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais e esportivas, visando o aprimoramento como seres humanos , buscando a eficiência (técnica) e a satisfação (prazer) como aspectos simultâneos.

O esporte da Malha entraria como uma modalidade esportiva dentre um leque de opções que o professor de Educação Física já tem  para trabalhar: vôlei, basquete, tênis de mesa, dama, xadrez, futsal etc.    Da mesma forma que ele avalia os alunos nessas modalidades esportivas, utilizando-se dos mesmos critérios, o professor poderá avaliar os seus alunos dentro do projeto de Malha.

ter o seu pr ser praticado individualmente, em duplas ou em equipe (quarteto), lembrando que cada equipe devera, para descobrir talentos e tornar o esporte mais competitivo, melhorando cada vez mais o nprefeituras criem escolinhas de malha

OBSERVAÇÕES

Apesar de existir uma grande concentração de clubes de malha na capital de São Paulo, depois da modalidade ter sido incluída nos Jogos Regionais e Abertos do Interior, o esporte vem crescendo muito em todo o estado, tanto na quantidade de clubes quanto na qualidade técnica das equipes do Interior, com destaque para algumas cidades como: Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e São José dos Campos, que têm o apoio de suas prefeituras e São Sebastião, no litoral paulista também merece destaque, pois revela sempre grandes atletas da modalidade, através da sua escolinha de Malha.

Só no estado de São Paulo existem 440 municípios participando de competições oficiais, promovidas pela Federação Paulista de Malha e Secretaria de Esportes e Lazer do Estado de São Paulo.

O projeto foi desenvolvido com o apoio da Confederação Brasileira de Malha através do seu presidente, o Sr. Marcio Pinto.

Através do esporte consegui atingir os meus objetivos pessoais e profissionais, agora desejo compartilhar essa experiência, tornando a malha um esporte popular, conhecido entre os alunos, professores e toda a sociedade.